EXISTEM poucos
escritores cuja obra
tenha sido tão tenazmente mal compreendida como a de
Dostoievski. Dostoievski é, se não o maior, decerto o mais poderoso escritor do
século XIX; ou do século
XX, pois a
sua obra constitui
o marco entre
dois séculos da literatura.
Literariamente, tudo o
que é prédostoievskiano é
pré-histórico; ninguém escapa
à sua influência subjugadora, nem sequer
os mais contrários. Parece,
porém, que toda a Europa tentar resistir-lhe, instintivamente e
obstinadamente; e como esse bárbaro
barbado, com a face sulcada
de sofrimentos, parece irresistível,
os europeus entrincheiram-se, ao
menos, num baluarte de
interpretações erradas.
Quando, em
1870, apareceram as
primeiras traduções do Raskolnikov, os
críticos literários não
viam na obra
senão um extraordinário romance
policial. Recordações da casa dos mortosalimentou neles o novo equívoco
de se encontrarem diante de um naturalista à maneira de Zola; a estúpida
combinação de "Tolstoi e Dostoievski"
fecha, por este
"e" comparativo, o
caminho da compreensão, e
deixa apenas admirar
o "forte colorido
russo". Depois, percebe-se que Dostoievski não expõe nunca o
exterior das suas personagens, das quais conhecemos tão perfeitamente os mais íntimos movimentos
da alma; que
ele não descreve
nunca a paisagem russa,
mas unicamente a
paisagem urbana de São
Petersburgo, e que
este Petersburgo dostoievskiano é, principalmente, o fantasma de uma cidade
visionária. O que ele fixa - e com que segurança! - são as paisagens da alma. E
o espírito sensitivo do fin
de siècle admira,
sobretudo, esta psicologia requintada, na qual acredita
reconhecer a sua própria decadência; Dostoievski será um assunto de predileção
da psicanálise. Daí se origina a pretensão de reclamar Dostoievski em favor das
rebeliões mais subversivas do
espírito anárquico do
après-guerre, e certa interpretação anarquista ressoa até no
livro de André Gide. Que esta psicologia
se baseia numa antropologia cristã foi a descoberta do após-guerra. Depois de
Merejkovski, que se perde em especulações gnósticas, Vjatcheslav Ivanov
reconhece o individualismo cristão de Dostoievski; o pastor Thurneysen descobre
nele o transcendentalista, perto do cristianismo "incondicional" dos
neocalvinistas; Berdiaev revela o Dostoievski
hagiocrata, quase um Pai
da
Igreja. Mas a satisfação dessas descobertas é perturbada
pelo conhecimento das estranhas convicções políticas do escritor. Enquanto
quase todos os poetas russos do século são revolucionários, liberais,
democratas e socialistas,
Dostoievski é conservador;
ou, melhor, reacionário intratável: ajoelha-se,
não somente perante
as imagens da
Igreja russa, como também ante o retrato do tzar, e à sua concepção de uma
humanidade cristã ele mistura um ódio violento à Europa e ao sonho de
um Império Universal
russo; sonho que
constituiu antigamente, para nós outros, o pesadelo do pan-eslavismo, e
que se transformará, amanhã, em pesadelo bolchevista.
Nesse mundo, seja ele negro ou
vermelho, não existe lugar para nós outros. Mas como aceitar um poeta cujo
pensamento nos abala? Dostoievski não faz "arte pela arte"; ele nos
arrasta até às últimas conseqüências. Inúteis quaisquer concessões.
Reconhecendo-se que certas acusações violentas à Europa são plenamente
justificadas, é preciso admitir que
daí para uma
revolução total, mesmo espiritualista, vão
poucos passos, dos
quais somente o
primeiro custa. Inútil, igualmente,
distinguir entre os
frutos da inspiração poética, válidos também para nós,
e as opiniões íntimas do autor, objeto
somente da crítica
psicológica e da
história literária. Em virtude de tal distinção, a obra de arte
se tornaria o fruto sublime dum solo impuro, produto exclusivo do
subconsciente, resultado de uma partenogênese misteriosa; e nós não aceitaríamos
esse artifício unicamente para isentar
o autor, à
nossa maneira, de responsabilidades, às quais ele não
desejaria fugir. Ao contrário, cumpre admitir que na obra de Dostoievski a
política ocupa um lugar maior do que a literatura, e que as suas convicções
políticas nos surpreendem. É justamente isto.
A literatura russa do século XIX
é profundamente política. O país não tem imprensa nem tribuna, nem mesmo
cátedras livres, e a literatura é a única voz do povo, em plena evolução
política e social. Todas as coisas, a ciência, a própria teologia, estão
impregnadas de política. A literatura
torna-se uma tribuna.
Existem aí, como
no parlamento inglês, dois partidos opostos. Um, o dos
"Ocidentais", que
glorificam a Europa
e desejam a
europeização integral da Rússia; para isto é preciso primeiramente
destruir as instituições estabelecidas, o que lhes vale a acusação de niilismo.
Os outros, os "eslavófilos", glorificam o passado nacional, mesmo o
asiático; é necessário esmagar as influências estrangeiras, o que lhes vale a acusação de
obscurantistas. A literatura
invade, por sua
vez, a política. O
tzar Alexandre II, o emancipador
dos camponeses, é "ocidental". O seu sucessor, Alexandre
III, faz do eslavofilismo a doutrina oficial do pan-eslavismo; exterminar, pela
força, todas as nacionalidades e religiões
estrangeiras que se
acham sobre o território
russo, voltar-se para
o despotismo asiático,
derrubar a Europa corrompida,
erguer o Império Eslavo. E é diante do retrato do tzar Alexandre III que
Dostoievski se ajoelha.
Dostoievski é
escritor político, e o é
apaixonadamente. No Diário de um
escritor, comentário indispensável dos seus romances, ele afirma a decadência
do Ocidente, a apostasia da Igreja romana, e prega o
domínio universal dos
eslavos ortodoxos. Faz-se
mister destruir a Europa, "o cemitério das artes e o foco das
revoluções". Dostoievski também é revolucionário. Mas o é contra nós.
É irritante. Seria necessário
aceitar essas convicções políticas para poder aprovar integralmente o escritor;
e isso é impossível. Admitir a coexistência de uma força artística e de um
pensamento confuso seria arriscar muito. Admitir, então, que muitas censuras de
Dostoievski à Europa
são justificadas, mas
que elas derivam
de outra fonte que não desse pan-eslavismo louco? Quer dizer que o pan-eslavismo
representa na obra de Dostoievski papel diferente do que o supôs o escritor.
Primeira possibilidade de achar um terreno onde Dostoievski e nós poderemos
encontrar-nos.
Quando Dostoievski escrevia um
romance, via primeiramente os
problemas e depois
as personagens. O
aspecto dos seus manuscritos, muitos dos quais foram
editados em fac simile, é muito curioso. No começo ele emenda mais do que
escreve, e as margens são cheias de figuras, representando catedrais, demônios,
anjos, que simbolizam os seus problemas. Depois, a personificação começa; o texto
corre mais ligeiro, e os desenhos simbólicos se transformam em retratos
imaginários; a comparação
permite estabelecer as preferências do
poeta, e esta
comparação prova aquilo
que a interpretação dos textos
deixava prever: as preferências do poeta são para os seus inimigos ideológicos.
Dostoievski é de uma perfeita imparcialidade artística. Ele sabe que o mundo
não é governado pelos anjos, ou o é apenas pelo anjo vencido. Parece que ele
forma os seus "anticristos" -
um Raskolnikov, um
Kirillov, um Ivan Karamazov - com grande simpatia, e que
estes constituem, às vezes, os intérpretes do escritor. Isto explica o
mal-entendido, muito tempo reinante, de que o próprio Dostoievski era
revolucionário e ateu. As outras personagens, os
verdadeiros russos, um
Schatov, um Aljoscha,
conservam-se como sombras. Não lutam pelos seus ideais; defendem, acima de
tudo, o seu direito de viver entre as figuras mais fortes dos inimigos.
Raskolnikov, convertido no fim de Crime
e castigo, Aljoscha, ao terminar Os irmãos Karamazov, representam a esperança
do futuro; mas Dostoievski nunca escreveu as prometidas continuações desses
romances. O príncipe
Myschkin, o "idiota" ideal, sucumbe;
mas os niilistas
verdadeiramente idiotas, os Possessos,
escapam, e, possivelmente, serão
os vencedores. Dostoievski é
mestre em denunciar
o mundo inimigo;
mas não consegue jamais criar a
sua visão redentora. Acaba ou pela negação desoladora do Idiota ou pelas vagas
promessas de Raskolnikov e dos Karamazov. Quando se interroga o eslavófilo
Schatov sobre as suas convicções, ele professa a fé no tzar, no povo russo, na
ortodoxia oriental... - "E
Deus?" Ele começa
a balbuciar: -
"Eu... eu... eu acreditarei também em Deus." O futuro
do verbo acreditar é traidor. Dostoievski não crê nos seus próprios ideais.
Seria ele verdadeiramente um
revolucionário? Com efeito, a sua ética de humildade não fornece a razão de
Estado no regime tzarista. A religião do Staretz, nos Karamazov, não se
assemelha em nada à doutrina da Igreja oficial. O negativismo do príncipe
Myschkin em relação ao seu meio tem qualquer coisa de perigoso. Dostoievski sabe
perfeitamente o que quer dizer; mas não sabe sempre o que diz. Irrita-se contra
a revolução política. Mas luta pela revolução social.
Inútil acentuar o sentimento
muitas vezes sádico de Dostoievski para explicar por ele todas as formas do
sofrimento; qualquer leitor o sabe. Raramente o romancista se esquece de
indicar a condição humana", as causas
sociais da miséria
e da humilhação.
Já compararam a
luta de Dostoievski
contra o hegelianismo revolucionário dos socialistas
com a luta deste outro revolucionário cristão, Soeren Kierkegaard, contra o
hegelianismo anticristão dos protestantes liberais? Ambos combatem a idéia que
não se realiza: Kierkegaard contra os
pastores filosóficos que
não seguem o Evangelho;
Dostoievski contra os
chefes esquerdistas que
não cumprem suas promessas.
Kierkegaard transforma em
utopia o Sermão da Montanha.
Dostoievski erige em utopia a velha Igreja de Jerusalém, onde
os apóstolos viviam
num pretenso comunismo cristão, como
o conservou a
organização econômica de
alguns grandes mosteiros russos, e o continua o mir, a coletividade
agrária dos camponeses russos.
Essas instituições primitivas
têm um inimigo terrível: a nova
burguesia dos "ocidentais", que criou, em troca, um proletariado
desarraigado, de onde um novo comunismo nasce; mas desta vez ateísta.
Em Os
possessos, Dostoievski predisse
claramente esta catástrofe. Ele
desejava impedir a invasão do capitalismo na Rússia patriarcal. O seu sonho de
uma humanidade espiritualizada é o de uma humanidade emancipada das forças
econômicas que, uma vez desencadeadas, tornariam inevitável a queda no abismo
materialista.
Contra esses
irmãos inimigos, a
burguesia e o
socialismo igualmente materialistas, Dostoievski
levanta, no apêndice
ao Discurso sobre Puchkin, a utopia da Igreja-Estado, na qual reina o comunismo
da perfeita fraternidade
cristã. Tiremos a
fraseologia teológica: fica um bolchevismo um tanto idealizado.
É
por isso que
os bolchevistas nunca
baniram este profeta cristão, este protagonista da
autocracia tzarista e da Igreja ortodoxa. Ao contrário. Publicaram-lhe até uma
edição monumental das Obras Completas, com todos os manuscritos, até então
inéditos; não se escandalizaram nem mesmo com os seus artigos no jornal, com os
ataques mais violentos ao socialismo e à revolução: não se deixam enganar pelas
aparências. Essa fraseologia dostoievskiana, dizem os bolchevistas, não é senão
um reflexo ideológico, restos educacionais e supersticiosos, mas de nenhuma
significação real. Essa ideologia é somente um véu sobre a condição social.
Dostoievski é um pequeno burguês. Contra as forças feudais, ele aprova a
revolução. Mas a revolução à qual
os "ocidentais" o
convidam é a
revolução dos burgueses. Não
existe ainda movimento
operário. Então, Dostoievski
alia-se às forças do passado para combater a invasão burguesa. Todos os ataques
que ele dirige à revolução justificam-se em vista da revolução de 1905, na qual
os social-democratas e os burgueses estavam ligados contra o tzar. Mas
Dostoievski teria sido partidário da revolução de 1917, em que somente eles, os
operários, derrotaram o tzar e a burguesia ao mesmo tempo. Toda a sua vida este
nacionalista falou do cristianismo verdadeiramente russo; em 1917, os véus
ideológicos lhe cairiam dos olhos, e ele teria saudado a revolução
verdadeiramente russa. Eis a interpretação bolchevista.
Um ponto, enfim, de contato, pelo
menos para um socialista europeu?
Mas houve alguma
vez um pequeno-burguês europeu, mesmo genial, que tivesse o ar de um
Dostoievski? Como sempre, a argumentação marxista encontra acertadamente o lado
negativo e falta-lhe completamente o lado positivo. Dostoievski e Lenin, ambos imbuídos de
"fraternidade
eslava", odeiam o
individualismo europeu, e utilizam as mesmas expressões de desprezo:
"o operário de Londres, o burguês de Paris e o professor de Heidelberg,
todos a mesma coisa". Essa "fraternidade" é russa e bolchevista
ao mesmo tempo. Mas Dostoievski vê mais claro. Em Os possessos, o liberal Stefan
Verkhovenski é o pai do socialista Piotr e o preceptor do niilista Stavrogin. O liberalismo começou a
libertar a humanidade da sua base religiosa. Para o pai Verkhovenski a Madona
Sistina é um ideal estético; para seu filho, um fetiche desprezível. O
socialismo, para Dostoievski, é apenas a propagação do egoísmo burguês entre os
proletários. O eu, na sua superficialidade, permanece odioso, e tem necessidade
da conversão e da fraternidade cristã. Mas o grande psicólogo desce até os mais
profundos recantos da alma, onde o homem se torna consciente da sua dependência
de Deus. A primeira aproximação sugere quase um tratado de sociologia cristão,
cujo fim não é a coletividade bolchevista, mas a "comunhão dos
santos". A última aproximação fornece
um tratado de
antropologia cristã, aproximando-se
da teologia de Pascal e dos protestantes da "teologia dialética", mas
superando o pessimismo pela aleluia da ressurreição.
Dostoievski é cristão. Nós
também. Campo de encontro, enfim? Não, absolutamente. Pois Dostoievski nos
recusa o direito de nos chamarmos cristãos. Ao contrário. Ao lado do operário
de Londres, do burguês de Paris e do professor de Heidelberg, ele coloca o
padre romano. Vosso pretenso
cristianismo - diz
ele - é
a religião do Anticristo. Eis aí o assunto de O Grande
Inquisidor.
As interpretações formam
legião. Protestos contra
toda a organização eclesiástica,
de acordo com Berdiaev, herança do velho sectarismo eslavo
de uma Igreja
invisível, sem padres
e sem sacramentos? Protestos, de
acordo com Simon Frank, contra toda idéia
de uma elite
dirigente, que alivia
o homem das responsabilidades da
sua existência metafísica?
Quanto a um aspecto, quase todos os comentadores,
católicos ou não-católicos, estão de acordo: Dostoievski não visou, ou não
visou unicamente, a Igreja Romana. Creio, porém, que esta Igreja não tem que
temer as polêmicas, e deve mesmo sentir-se orgulhosa desta polêmica.
Que me
conste, só um
apologista católico, o
cônego Paul Simon, reconheceu o
verdadeiro alcance da acusação. Dostoievski -disse ele - acusa a Igreja Romana
de já não ser a Igreja de Deus, mas unicamente a Igreja dos homens. A censura é
arquivelha; ela foi mil vezes destruída e volta sempre, cada vez mais violenta.
Isto - diz o cônego - deve ter uma causa
profunda; e - continua - se nisto não há verdade, deve haver uma eterna
"possibilidade". Assim é.
A Igreja espiritualista, da qual
Dostoievski se faz apologista, eleva-se para o alto e abandona os homens; ela
abandona o homem às misérias terrestres,
e permitiu esta
confusão terrível: certas questões e
interrogações muito cristãs
foram deixadas para o
bolchevismo. A Igreja Romana não é espiritualista; é a Igreja de Deus e
a Igreja dos
homens, ao mesmo
tempo. Ela é,
até, profundamente humana; daí
vem a eterna
"possibilidade" de "humanizar-se",
mesmo demasiadamente, razão por que, no dizer de Rosmini, "as cinco chagas
do corpo humano de Cristo não cessam de sangrar sobre o corpo da sua
Igreja". Mas, justamente por isso, esta
Igreja é, deve
ser a rocha
da nossa condição
humana, a advogada da humanidade
perante o trono de Deus.
É
deste humanismo -
ousemos o termo
- que Dostoievski censura a Igreja romana, mais
ainda, todo o nosso mundo europeu. Conseqüência
gravíssima do fato
de a Rússia
não ter tido Renascença, nunca
ter conhecido a
Antiguidade senão por intermédio da
especulação gnóstica, meio
oriental. Nós outros, porém, nunca deixaremos de sentir,
nesse cristianismo espiritualista à margem do abismo, alguma coisa de
sobre-humano. O humanismo não é a nossa religião; é a nossa razão de viver. As
"Humanidades" constituem a base da nossa civilização, e é esse
humanismo que a Rússia bárbara, espiritualista ou
bolchevista, nos censura violentamente. Mas,
tendo perdido as
humanidades, a nossa civilização, sim, a nossa civilização
cristã, chegará ao fim. É uma questão de vida ou morte. O abismo entre nós e
ele está aberto, mais profundamente do que nunca.
Mas lá, precisamente lá, nós nos
encontraremos. A Europa – e eis a terrível justificação das censuras
dostoievskianas - a Europa deixou,
há muito tempo,
de ser cristã.
Porém, enquanto viver, continuará humanista.
A Rússia nunca
foi humanista. Mas continuou, assim
mesmo, cristã, até ao risco
de deixar de ser
humana. A morte, temporal ou espiritual, nos espreita, cá e lá. Aqui, o
humanismo descristianizado, petrificado na letra morta da filologia ou endurecido no disfarce de um neocatolicismo
neopagão. Lá, o cristianismo
desumanizado, petrificado pelo
dogma da Igreja sectária ou endurecido pela
dissimulação do evangelho socialista. Mais
claramente: esses perigos
já não nos
espreitam, eles nos devoram. Cumpre recomeçar. Cumpre
recristianizar o mundo e a fé, por um esforço de síntese, por um
"humanismo cristão", que lance uma ponte sobre o abismo.
Sempre é necessário saber aquilo
que nos separa e aquilo que nos
une. O que
nos separa é
muito e muito.
Mas não sejamos intransigentes diante dessa face
barbada, sulcada pelos sofrimentos. O que nos une é o Cristo; e "tout le
reste est littérature".
Otto Maria Carpeaux |
Um dos textos mais poderosos que já li.
ResponderExcluirEsse texto está presente no livro "As cinzas do Purgatório" do Otto Maria Carpeaux. Já o li meia dúzia de vezes e a cada leitura me surpreendo mais. Carpeaux é um gênio e Dostoiévski é ainda maior.
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