quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Como o Ocidente tornou-se Ateu (por Jay Dyer)

Como foi possível para o Ocidente, com séculos de fé Cristã, enraizado na tradição da Igreja, ter chegado ao ateísmo e a teomaquia pura e simples, na guerra contra Deus? Nos meus vinte anos, estive inteiramente imerso no sistema religioso-filosófico conhecido como Tomismo. O catolicismo era um castelo intocável de argumentação, imune a qualquer desafio cético que poderia bombardeá-lo (como eu assumia) com ataques fúteis. Lembro-me de ler que, em sua dissertação sobre a estética de Aquino, Umberto Eco comentou que ele, também, já tinha sido um fervoroso tomista até que chegou à conclusão de que o sistema simplesmente não funciona. Naquela época, eu não conseguia entender como alguém poderia chegar aquela conclusão. Como algo tão vasto e, como meu amigo James Kelley diz, "elegante", pode ser fundamentalmente falho? Isso foi há cerca de dez ou mais anos, e nesse espaço de tempo, o Tomismo desmoronou aos meus olhos.


Além disso, o esquema Tomista é precisamente aquilo que conduziu ao Iluminismo e ao subsequente deísmo e ateísmo do Ocidente. Não estamos analisando Agostinho, nem as motivações ou psicologia de Aquinas, nem Calvino sobre esta questão. O que está em jogo aqui é a posição oficial de Aquinas (e Agostinho, por extensão) e se esta exerceu uma influência instrumental no Iluminismo e no percurso da filosofia ocidental até o modernismo e ao lamaçal sem fim que vemos na filosofia atual. Minha convicção é que a crítica - pouco conhecida - do Oriente Cristão está correta ao fazer a forte afirmação que o Tomismo é o passo pivotal no percurso ocidental naquilo que poderia ser chamado de uma epistemologia revelacional até empirismo Iluminista, cienticifismo, o deísmo e o ateísmo.

Isto não quer dizer que considero que a posição oriental é livre de todos os problemas e dificuldades, mas que ela fornece uma crítica suficientemente forte que dificilmente me será possível reconciliar-me com o Tomismo novamente, assim como eu nunca voltaria ao Protestantismo mais uma vez. De fato, é bastante evidente para mim, que o Tomismo, mesmo possuindo alguns pontos que podem ser recuperados, é tão fundamentalmente problemático que ele realmente impulsionou o Ocidente em seu espiral descendente de dissolução.

A questão-chave a ser investigada para entender este problema no Tomismo está na relação e ação de Deus no mundo. Aquinas começa com a suposição da simplicidade divina que significa que Deus é o que Deus tem, e que Deus é o que Deus faz. Deus é actus purs, ou ato puro, sem nenhuma potencialidade. Sua essência é totalmente simples, de tal forma que qualquer predicado de Deus só se distingue logicamente. Isso significa que as distinções feitas entre os atributos são apenas distinções adequadas a cognição finita humana, e não verdadeiras distinções em realidade. Desta forma, o ato de criação de Deus pode ser distinguido, na mente humana, de Sua justiça ou presciência, mas, na realidade, estes atos, atributos e predicados, são rigorosamente idênticos à essência divina, ou ousia. Esta é uma lei fundamental no Tomismo, bem como em Agostinho. Isto é muito claro tanto na Summas como em outras obras como De Veritate.

Como, então, um Ser assim constituído opera em um mundo de fluxo e temporalidade? A resposta de Aquino é dominada pela ideia da analogia entis: nós conhecemos Deus por Seus efeitos criados no mundo. É por isso que a causalidade desempenha um papel tão grande em sua teologia. Deus não é só a Primeira Causa, seguindo Aristóteles, mas também o soberano providencial ao longo da história e da causalidade temporal dentro da história. A presciência de Deus é sua justiça e amor, e toda história está no processo de sua consumação no grande telos de todas as coisas retornando à sua fonte, a Primeira Causa, na visão beatifica da eternidade onde sua criação racional verá todas as coisas na singular e extremamente simples essência. Essa é uma declaração conforme a afirmação geral dentro do sistema Tomista, mas o que emerge é um problema sério: como uma divindade assim definida de fato atua neste mundo?

Para Agostinho, o principal mentor teológico de Tomas, Deus atua através dos efeitos criados de forma que até mesmo as aparentes ações diretas ainda assim são efeitos criados. Ou, para ser mais exato, efeitos criados especiais: no De Trinitate, Agostinho estipula que as manifestações do Anjo do Senhor só poderiam ter sido hologramas angelicais temporários. Elas não poderiam ter sido o Logos (a despeito do que os outros escritores patrísticos tenham dito). Chega-se a essa conclusão porque era impossível que o divino se manifeste diretamente no tempo e espaço, uma vez que isso significaria que Deus não era mais simples. Qualquer ser localizado em um determinado ponto do espaço e tempo era tido como um ser composto ou em partes, e, portanto, não era absolutamente simples. Para Aquino esta lei também é considerada, na medida em que a analogia entis é um componente central de sua superestrutura: Deus só é conhecido por analogia às coisas criadas, porque não temos acesso a ousia divina nesta vida. Deus concede a iluminação, certamente, mas estes dons que Ele dá ainda são um efeito criado da graça sobrenatural. O conhecimento de Deus e a participação na vida divina são teologicamente impossibilitados de qualquer experiência direta divina até a visão beatifica. Isso não quer dizer que Deus não pode falar com os homens ou transmitir bênçãos, mas que estas ainda são, para nós, efeitos criados.

Sendo honesto com Aquinas e Agostinho, eles falam de "vida divina", "deificação", etc. mas como isso é possível, em ambos teólogos, é muitas vezes complicado. Às vezes soa como se os fiéis estão participando na essência divina, e outras vezes a impossibilidade de tal ideia os impede de fazer qualquer sentido. As divisões romanas da graça em todas as "categorias" como precedente, santificante, sobrenatural, etc. frequentemente são empacotadas como explicações, mas nenhuma dessas servem para explicar o problema em mãos: como nós participamos nesta vida divina se não há acesso a ousia divina nesta vida? De fato, quando Cristo ressuscitou na teologia cristã clássica, o que era a luz divina que mostrou-se irradiando Dele? A resposta do Oriente é muito diferente da resposta do Ocidente. Para o Ocidente, tal luz era um efeito criado, enquanto para o Oriente, era a própria energia divina. A questão do Tabor verdadeiramente serve para solidificar estas duas posições, uma vez que a questão da "deificação" da carne de Cristo é o mesmo problema da deificação do fiel.

Da mesma forma, para Aquino, a revelação de Deus só pode ter sido através de efeitos criados devido a abordagem empírica de sua teologia. Uma vez que ele aceita basicamente a abordagem aristotélica para a psique humana, onde o conhecimento do homem, mesmo o de Deus, provém da experiência sensorial. Uma vez que a mente humana, até mesmo na obtenção do conhecimento natural, faz isso através de uma abstração de um conceito universal dos fantasmas apresentados à mente pela experiência sensorial, o mesmo problema de antes surge para epistemologia no local onde Tomas localiza o universal. Os conceitos universais são localizados na Mente divina, que, como você pode ver, é também a essência divina. Na filosofia medieval e clássica, isto é chamado de exemplarismo. Isso significa que as ideias por trás das coisas, muitas vezes funcionando como a essência de uma coisa, estão, em última análise, contidas na Mente de Deus.

Para Aquino e Agostinho, o exemplarismo é verdadeiro, e os exemplares, ou formas das coisas, estão localizados em Deus. Assim, para Aquino, mesmo o conhecimento que o homem possui naturalmente é obtido por meio de uma experiência empírica que, em última análise, baseia-se em um conceito universal localizado em Deus. Mas um dilema surge: como a mente humana supostamente pode abstrair o universal em seu pequeno espelho da mente, quando não possui acesso direito ao divino? A única maneira que isso pode funcionar é se existir alguma ponte entre o fantasma e o conceito atual na Mente divina. Mas mesmo que seja dito que se trata de um espelho débil do conceito "real" na mente divina, não mudaria o caso, uma vez que a definição da simplicidade divina já impede distinções na Mente divina. Em outras palavras, com isso, o problema é movido um passo para atrás, uma vez que nenhuma mente nesta vida tem acesso à visão beatifica. Para que o esquema de Tomas funcione, ele precisa acesso direto ao divino de alguma forma ou de outra, nesta vida. Mas lembre-se: a definição dele de simplicidade opõe-se absolutamente a uma tal experiência direta, revelacional, da própria divindade. Tudo o que pode ser conhecido de Deus nesta vida é Seus efeitos criados no mundo nos quais, de forma debilitada, supostamente nos deveria mostrar alguma analogia com Sua essência. É também por isso que Máximo, o Confessor, identifica o logoi (sua versão de exemplares) como as energias divinas, e não a essência divina.

Outro problema que esta perspectiva possui é que a analogia entis estabelece Deus como se operasse num continuum de ser onde, devido a estranha interpretação de Aquinas do "Eu sou o que Sou" como "Eu sou Ser Puro", faz com que o ser de Deus seja como qualquer outro ser. Esta é a base da analogia entis onde se toma a suposição de que as coisas "são" e Deus "é", então há algum tipo de analogia fraca do ser que pode ser compreendida entre o ser criado e o ser divino. No entanto, o mesmo problema incomodo emerge mais uma vez em relação a simplicidade divina absoluta. Como pode haver qualquer semelhança entre o "ser" do criado, temporal, e o "ser" incriado, eterno? Não há qualquer semelhança.

De fato, a teologia apofática, que Aquino professa manter, diz que o infinito e o incriado só são entendidos pela negação - por aquilo que não é. "Mas espere", você pode responder, "isso significa que nós não podemos conhecer Deus, uma vez que não há predicação analógica. Aquino rejeita a predicação unívoca e equívoca de Deus, optando por uma predicação analógica!". Sr. Tomista, você não entendeu. Aquino não resolveu seu dilema, mas o agravou, fazendo a essência divina análoga ao ser criado (que é idolatria). É a energia divina que é conhecida, não a essência de Deus. A essência divina é inteiramente impossível de ser conhecida ou imaginada, precisamente porque a mente criada será sempre finita. Nenhum homem ou anjo poderia assumir a onisciência, onipresença ou onipotência.

Assim, o que se apresenta é um caminho duplo que o Tomismo pode escolher com essas suposições assumidas. Ele pode 1) dizer que o divino está confinado em seu domínio, interagindo neste mundo somente através de efeitos criados, da graça criada e várias causas criadas, mas este caminho significaria que os fundamentos do Cristianismo não são mais possíveis.  A Pessoa Divina de Cristo não seria realmente capaz de deificar a carne, os sacramentos são apenas condutos da "graça criada", e o conhecimento humano nesta vida nunca é uma iluminação divina, ou 2) pode fazer com que a essência divina seja compartilhada com o ser criado, caso em que o panteísmo seguiria. Ambos caminhos são um beco sem saída, e ambos são necessários por causa da rejeição da distinção essência/energia e da definição neo-platônica rígida, inflexível, do que a simplicidade é. Quero enfatizar que se trata do mesmo problema nestes exemplos, pois referem-se a questão de como relacionar a ideia de Tomas de um ser absolutamente simples do Puro Ato com o mundo criado de fluxo e tempo.

Uma vez que este contexto é apreendido, torna-se claro como isso pode conduzir ao ceticismo iluminista, o deísmo, o racionalismo e o ateísmo. Se tudo o que se pode conhecer de Deus são seus efeitos criados nesta vida, ou se Deus é colocado em um continumm de "ser" onde a essência divina é comparada ao ser criado, então não faz sentido acreditar neste Deus, especialmente quando o ponto de partida da teologia é empírica. Como poderia os dados empíricos dos sentidos dar qualquer "evidência" que seja de um ser que, mesmo de acordo com a definição da simplicidade divina, não tem qualquer relação com o ser criado? A essência divina absolutamente simples não tem causa, e não é ela própria causada ou uma causa, então de que adianta a analogia entis afirmar que é uma "Causa Primeira"? É uma frase sem sentido, uma vez que não nos diz nada e ainda nunca preenche a lacuna impenetrável da simplicidade Tomista. De que adianta dizer que o conhecimento humano é fundamentado no exemplar intocável na essência divina? Mais uma vez, é inútil e nos diz nada - de fato, é impossível dentro desses próprios fundamentos! Aqueles que leram a argumentação de Palamas com Barlão, imediatamente estarão a par com a semelhança da argumentação. Na verdade, é precisamente esses pontos - que Palamas fez a Barlão - que o leva a concluir profeticamente que as pessoas que adotaram este caminho seriam logicamente conduzidas ao ateísmo. Independentemente do que se pensa sobre a teologia oriental, Palamas foi presciente quando previu para onde a teologia ocidental iria.
São Gregório Palamas
O caminho para o ceticismo iluminista, o deísmo, o racionalismo e o cientificismo procede diretamente da teologia empírica que até mesmo precede Aquino em pensadores como Abelardo, sendo contemporâneo de Aquino em pessoas como Ockham. Embora Thomas não tenha sido um nominalista, ele aceitou o mesmo ponto de partida dos nominalistas, nomeadamente, o empirismo, e a teologia baseada empiricamente, que, novamente, deriva da analogia entis. O nominalismo é absurdo, e certamente pior do que Aquino, em muitos aspectos, mas, na medida em que os dois sistemas de pensamento partilham do mesmo ponto de partida empírico, eles eram consistentes.  Se Deus é banido de estar diretamente presente no mundo através de Suas energias imanentes, tudo o que resta é um mundo material de casualidade, presidido por uma divindade desconhecida trancada em si mesma. Essa posição é o deísmo, e o deísmo rapidamente leva ao ateísmo. Se os dados dos sentidos são a única fonte do conhecimento humano, e os dados dos sentidos são, assim, a fonte do conhecimento de Deus, nenhum desses efeitos criados causais equivalem ao conhecimento real da própria divindade. O divino nunca é acessado ou experimentado, mas somente uma série de causas criadas. Isso, meus leitores, é a opinião de David Hume - e é assim como o Tomismo conduz ao ateísmo do Iluminismo.


Por Jay Dyer, encontrado no https://jaysanalysis.com/2016/10/18/how-the-west-became-atheist-2/

15 comentários:

  1. Excelente texto.
    O empirismo naturalista de São Tomás é uma grande saída filosófica se estamos num universo pagão e grego, pois é a consumação do próprio aristotelismo, mas é nada perto de tudo o que a Teologia Mística nos oferece enquanto experimentação das energias divinas, e o próprio Tomás, se deu conta disso. Em suma, percebo que existem almas santas que querem dialogar com o catolicismo romano, tentando aprender algo com os católicos, mas vou ser bem sincera. Como alguém que conhece bem além da média o catolicismo romano e que está começando a conhecer a ortodoxia, só existe uma única saída: o retorno às origens. A ortodoxia é a casa sobre a Rocha, o Cristo. E sendo assim, ela conseguiu se manter inabalável.

    Perdoe-me se minha visão é por demais fechada: esta ideia de que romanos, protestantes e ortodoxos se entendem em termos místicos não me convence. Seria o mesmo que entrar na esparrela de Thomas Merton de que budistas, hinduístas e cristãos se entendem num sentido místico. Ou se está com Cristo, a rocha da ortodoxia, ou se está com o mundo, mesmo que o mundo possa produzir também um tipo específico de misticismo. Porque quando falo de “mundo” não falo de coisas materiais, mas do espírito do mundo. Enquanto o catolicismo romano é apenas a continuidade da filosofia grega, não tem como não cair no gnosticismo no qual entraram todos aqueles que deram um peso maior ao platonismo e ao aristotelismo, mesmo que se tratando de questões cristãs.

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  2. Não vejo, sinceramente, como o tomismo não poderia dar vazão ao espírito humanista que se seguiu após a escolástica. Para mim, como eu já disse muitas vezes, o humanismo é consequência inevitável da analogia entis que ao invés de conceber Deus como o Ente inacessível por sua essência e acessível por suas energias, acabou por colocar Deus como imagem e semelhança do homem a partir do conceito de analogia. Isso é óbvio: como podemos fazer analogia com o inacessível? Ou seria falando do homem como em si inacessível, que é o que faz a teologia ortodoxa, ou falando de Deus como se fala do homem, que é o que faz tanto o catolicismo quanto o protestantismo. Espinosa viu no deus escolástico um deus antropomórfico, e esta intuição de Espinosa, contra a qual lutei com todas as minhas forças, estava absolutamente certa.

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  5. O tomismo pode ter contribuído para o Humanismo no sentido de analisar Deus por vias naturais, porém, dentro do contexto que foi criado, não havia alternativa. O ocidente nunca foi a massa homogênea como é o leste, entre eslavos e gregos, no oeste existem dezenas de nações, as quais foram formadas através das invasões bárbaras politeístas.

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  6. O leste não está unido pela religiosidade, mas pelo nacionalismo, que começou desde que Constantino foi para Istambul, a partir de então, por questões nacionalistas, quiserem se separar. Portanto, não tem como atacar o Tomismo, sendo que este surgiu no século 13, o cisma foi no século 11 e a transferência da capital imperial para o leste foi no século 4 e já no século 6, ou seja, quase 3 séculos antes do cisma e 7 séculos antes do Tomismo, o papa São Gregório Magno, que também é apreciado no leste cismático, cansou de enviar cartas ao leste dizendo que quem se mudou foi o imperador, mas não ele. O centro político passou a ser no leste, mas o religioso continua no ocidente, mas de nada adiantou. Agora passados quase 10 séculos, ficam como os protestantes, tentando justificar o injustificável, como o cisma do primado petrino, que é supremo e universal, do contrário não existe primado algum, com coisas que vieram muito depois do cisma, como o caso do Tomismo e do Iluminismo humanista do século 18.

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  12. Do jeito que o ocidente ficou hoje, com cada pessoa se achando o Deus de si mesma, cada uma com a sua "verdade", o Tomismo, mesmo não sendo o ideal, é o que temos, pois apesar do próprio Santo Tomás haver dito que a Teologia Mística é melhor, esta mesma está deturpada há tempos no Leste, com gnose pura, pois isso de "energias", que existem partículas divinas, entre outras coisas, que mais parecem o Qi do Taoísmo oriental, nada mais são do que gnose, que é uma das duas vertentes que se originaram no antropocentrismo, sendo a outra o panteísmo. Portanto, o oriente sempre foi fonte de conhecimentos ocultistas, que adentraram à "comunhão ortodoxa", que aliás, não existem só esta, existem por volta de 1000 grupos autoproclamados "ortodoxos" que se odeiam entre si. Basta ver o caos que foi o Concílio "Pan-Ortodoxo", que demorou uns 14 séculos para acontecer, pois sem um primaz, a anarquia impera, faltaram quase a metade dos patriarcas porque estão em disputas territoriais no Catar, já o Cirilo de Moscou, que nega o primado, quer ser o primaz dos cismáticos passando como um trator sobre o Bartolomeu de Istambul por abranger a maior parte dos fiéis da "comunhão".

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  15. Um problema do cisma é que praticamente nenhum ocidental sabe o que se passou nos últimos 1000 anos no oriente, então acaba por se criar em torno dos orientais uma aura de mistério dando a impressão que são todos monges perfeitos. Ledo engano, tanto que basta conversar com os católicos romanos de ritos orientais, que obviamente são odiados pelos orientais, por se manterem unidos ao vigário de Cristo preservando seus ritos orientais, que eles nos contam o que realmente é o leste: gnóstico.

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